domingo, 20 de março de 2011

Ore.

Diante de um problema, não te exasperes.


Têm confiança em Deus pois nada ocorre sem que sua Inteligência Suprema tenha ciência.


Entrega em Tuas mãos todas as suas aflições e conquistarás a paz de consciência.


Quando açoitado por palavras ferinas de pessoas próximas, recolha-te ao santuário de tua alma e ore.


Quando prejudicado por companheiros de trabalho, perdoe-lhe as ofensas, buscando auxílio no diálogo com seu Guia Espiritual, o qual sempre está ao seu lado, principalmente nos momentos da dor.

Certamente, após breve reflexão, ouvirás o teu Amigo soprar-lhe a solução do problema enfrentado, ou o conselho do que deves optar.

Porém, não se esqueça que a decisão final é sua. Cabe a você escolher entre a conduta cristã ou o caminho imediatista do materialismo.

Diante da irritação iminente, busca a oração, a qual se constitui bálsamo renovador e ligação direta com nosso Mestre.

Tendes certeza de que, seja qual for a problemática enfrentada, a oração trará a calma necessária para a escolha correta a ser feita.

Igualmente como foi criado o telefone para nos comunicarmos com pessoas distantes, a oração foi a forma com que Deus permitiu que nos comunicássemos com Ele e com seus Mensageiros.

Leciona Emmanuel que se o povo brasileiro orasse pelos enfermos com o mesmo fervor com que torce para a seleção brasileira na Copa do Mundo, os hospitais esvaziariam-se.

Essa comparação nos serve de parâmetro para calcularmos a força da oração. Essa força incomum é capaz de curar doenças, sejam elas da alma ou do corpo físico, é capaz de diminuir distâncias entre os corações que se amam, é capaz de nos sustentar no enfrentamento dos desafios diários, de nos levantar quando caídos ao chão pelos erros cometidos, de renovar os pensamentos mais escusos que possamos cultivar, de alterar a paisagem espiritual de nossa casa, de nosso ambiente de trabalho ou de estudo.

Em suma, a oração é força ainda desconhecida e que todos nós devemos fazer uso em nossa vivência diária do Evangelho do Cristo.

Quando sair de casa, ore.
Quando chegar ao destino, ore.
Quando retornar ao Lar, ore novamente.
Quando se sentir triste, ore!
Nos momentos de alegria, ore!
Quando observar bela paisagem da Natureza, edificada por nosso Senhor, ore!
Quando receber a ofensa desmedida na face, ore!
Quando noticiarem-lhe novidade infeliz que ocorrera com outrem, ore por este alguém!
Quando receberes boas notícias, ore!

A oração pode estar presente em todos os momentos de nossa Vida, pois ela se caracteriza pelo agradecimento, pela rogativa e pelo louvor a nosso Criador. Assim, quando conquistarmos algo, oremos em agradecimento. Quando nos encontramos em dificuldade, oremos para rogar auxílio e quando constatarmos a beleza de viver, despertando a cada dia para um novo enfrentamento, oremos em louvor à Deus, que a tudo nos proporcionou, ainda que não mereçamos tantas dádivas!

A experiência nos mostra que o desespero, a cólera, o desequilibrio, diante de um problema, só contribui para agravá-lo. A busca da calma, respirando fundo e silenciando nossas tendências infelizes, constitui medicamento eficaz para a solução de qualquer problema.

Por isso, amigos, jamais esqueçamos de orar! Agradecer, pedir e louvar: três momentos em nossa oração os quais ainda necessitamos realizar diariamente e em diversos momentos do dia.

Tenhamos certeza de que Deus escuta nossa rogativa, através de seus Enviados, os quais providenciam o requerido, conforme o merecimento de quem roga. E, ainda que não exista mérito algum para recebimento do que pedes, saiba que certamente Amigos Espirituais o envolverão em dúlcida vibração, trazendo-lhe paz de espírito e equilibrio físico, emocional e espiritual.

Sendo assim, gostaria de finalizar o texto, orando a Deus-Pai, agradecendo-Lhe pelas oportundidades de trabalho, de estudo, de lazer, e agradecendo igualmente pelos problemas enfrentados, pois estes me fazem maduro e preparado para novos enfrentamentos, além de contribuir para a evolução de meu Espírito Eterno.

Abençoa, Senhor, aqueles que convivem comigo, além daqueles que mais necessitam do Teu amparo. Os abandonados pela Sociedade egoísta, os enfermos nos hospitais, os órfãos de parentela e também os órfãos de Amor.

Envolve os nossos irmãos Japoneses, Mestre! Que a tua Misericórdia possa auxiliá-los a enfrentar a nova problemática que lhes surge. Que os Espíritos que desencarnaram em massa possam encontrar Paz no Além, renovando-lhes as idéias e fazendo-os refletir sobre a verdadeira vitória nos caminhos terrenos.

Por fim, gostaria de louvar-Lhe a Existência, a qual nos presenteia diariamente com dádivas preciosas, pessoas benditas que nos envolvem, e também pessoas difíceis que nos fazer aperfeiçoar nossas virtudes e suprimir nossas más tendências.

Que a Paz de nosso Senhor Jesus Cristo seja o Farol Bendito da Humanidade, tão necessitada de Luz Espiritual em suas vidas coroadas de impulsos primitivos e dominadas pelo imediatismo irracional hosteado pelo materialismo.

terça-feira, 15 de março de 2011

Sorria

Distribua sorrisos.

Uma cara enfezada não pode trazer mais do que antipatia e más vibrações de outras pessoas.

Ainda que ajam problemas em sua vida, procure distribuir gentilezas e cumprimentar os que te rodeiam. Em alguns momentos, um bom dia pode mudar a emanação vibratória de alguém, fazendo com que esse alguém lhe envie bons pensamentos e boas vibrações a partir de então.

Jamais podemos descontar em alguém as nossas insatisfações íntimas, nossas irritações mesquinhas e nossos problemas, que são passageiros. Ás vezes, perdemos a oportunidade da manutenção de uma amizade em virtude de uma resposta carregada de irritação.

Quantas contendas são formadas diariamente em consequência da atitude ríspida de alguém? O uso excessivo da buzina no trânsito, uma exclamação irritada pela aparente demora de alguém em nos atender, a exigência de atenção imediata, o não uso de palavras educadas para agradecer, cumprimentar e pedir.

Parece-nos atitudes tão simples, tão ínfimas! Mas que fazem tanta diferença em nosso dia-a-dia. Uma pessoa que cultiva o jeito ranzinza de ser somente atrai companhias espirituais infelizes, igualmente irritadas, que somente perturbam o ambiente e trazem obstáculos à nossa melhora íntima.

Primeiramente, devemos conquistar o bendizer, o utilizar de palavras gentis, os assuntos elevados e construtivos, para depois conquistarmos as atitudes mais diretas, como abraçar um amigo, um irmão de caminhada, dar as boas vindas para alguém que chega, ao invés de olharmos com desprezo ou desdém, retratando nossa desequilbrada condição íntima.

Para utilizar de exemplo, trago uma situação vivida por mim.

Certa vez, ao aguardar a chegada de um ônibus, eu e mais outros pedestres percebemos que estava demorando mais do que o normal. A irritação começou a tomar conta dos presentes, que não aguentavam mais aguardar. Quando o veículo chegou, a primeira pessoa a subir pela porta traseira, perguntou rispidamente ao cobrador o motivo da demora. Ambos começaram a discutir, trocando palavras nada gentis.

Quando chegou a minha vez de passar pela catraca, dei bom dia ao cobrador e perguntei se algo havia acontecido de diferente n'aquele dia que pudesse ter atrasado a chegada do ônibus. 

Antes de me responder ele exclamou:

- Que diferença! Olha como ele perguntou... A senhora já vem com falta de educação... - E recomeçou a discussão.

Logicamente, não quero me gabar de minha atitude, mas procuro sempre tratar o próximo com gentileza, ainda que esteja bastante irritado com algo. Afinal, já interiorizei que o outro não tem culpa do que ocorre na minha vida íntima. Não podemos dar continuidade à corrente de irritação, que sempre se alastra até encontrar um coração cristão que recebe a ofensa e se cala, impedindo a contaminação da vibração doentia da cólera.

Se buscarmos os exemplos em nosso Planeta, daqueles ícones do Cristianismo e da Caridade para com todos, sempre encontraremos a gentileza como uma das caracterísicas principais desses seres. Para exemplificar, podemos citar Chico Xavier, Madre Teresa de Calcutá, Ghandi, e tantos outros, que sempre estampavam um sorriso no rosto e gentileza nos gestos, quando se relacionavam com outrem.

Assim, sigamos estes exemplos, fazendo de nosso dia um mar de sorrisos e educação para com o próximo. Imaginemos como seria diferente a psicosfera do Planeta se todos agissem com polidez para com o próximo, ou pelo menos silenciassem antes de proceder com alguma agressão física ou verbal. Quanta violência seria evitada! Quantos crimes deixariam de ser cometidos!

Em algumas ocasiões, indivíduos provocam a desencarnação de outrem pelo simples fato de terem sido maltratados verbalmente, ou terem recebido uma resposta carregada de irritação e coléra.

Sabemos que ainda estamos distantes da perfeição moral, e que em muitas ocasiões não conseguimos calar nossas fraquezas. Porém, pelo menos tentemos silenciar diante das ofensas, buscar uma sintonia elevada, respirar fundo quando sentirmos a irritação chegar, para que assim evitemos as idéias sopradas aos nossos ouvidos daqueles nossos irmãos ainda inferiores do Mundo Espiritual.

Citando André Luiz, no livro Os Mensageiros, psicografia de Francisco Cândido Xavier, lembremos que a casa que ora se transforma em fortaleza e o ser que ora cria uma armadura psíquica que impede a penetração dos dardos carregados de cólera e maledicência lançados por espíritos inferiores desencarnados ou por inimigos gratuitos encarnados.

Atitude mental elevada somente traz benefícios a nós e ao nosso Lar. Palavras carregadas de cinismo, cólera, maledicência, tornam o ambiente carregados de miasmas e vibrações doentias, mantidas por espíritos com baixo teor vibratório e com a intenção ainda vinculada ao vício e ao mal.

Resguadermo-nos contra o ataque das trevas, conceituada aqui como um imenso grupo de seres desencarnados que se dedicam à ploriferação de dores e ranger de dentes na Terra, buscando a cada dia angariar mais e mais servos de seus vícios, companheiros unidos para praticar o mal, em todas as suas ramificações, fazendo com que a Terra sofra os últimos atentados dessa horda antes da transição final, purificando o Orbe para receber o novo estágio no degrau evolutivo dos Mundos.

domingo, 13 de março de 2011

A Grande Viagem

Jamais menosprezes aqueles considerados pequeninos diante dos olhos da sociedade.

A riqueza material e a quantidade de valores terrenos não significam adiantamento moral.

Ainda que o pobre lhe pareça inferior, não o condene ao teu desprezo.

Sentados no trono passageiro da influência terrena, os homens poderosos da Terra costumam considerar seus irmãos desprovidos de ouro como seres indignos de sua atenção.

No entanto, olvidam que, aos olhos de Deus, a verdadeira riqueza é aquela que emana do coração, que preenche o vazio existencial dos que sofrem, que consolam as mãezinhas afastadas temporariamente de seus filhos amados.

Não sejamos como o avarento, que amealha bens para si e se esquece daqueles que o rodeiam, implorando-lhe por um pedaço de pão.

Não adotemos a postura do orgulhoso, que somente enxerga a si próprio como objeto de afeição de todos, como ser que deve ser adorado por todo aquele que se lhe apresente.

Não imitemos o egoísta, enclausurado na infeliz condição de escravo de si próprio, buscando sempre a satisfação de suas vontades, esquecendo-se totalmente do irmão que desaba ao seu lado, esgotadas as suas forças para a luta diária.

Imitemos, sim, a postura adotada por nosso Mestre Amado Jesus, que optou por vivenciar o Amor de Deus junto daqueles excluídos pela sociedade terrena e que, até hoje, continuam esquecidos por nós, implorando por melhores condições de Vida, morrendo de fome nas esquinas abandonadas das vielas imundas.

Os tempos estão chegados, meus amigos. As catástrofes naturais seguem seu ritmo acelerado a cada ano. Nossos irmãos japoneses acabaram de sentir mais um desse alerta divino, que nos convida a meditar acerca de nossa fragilidade enquanto humanos, a meditar também acerca da necessidade de envolver o próximo em seus sofrimentos.

Somente após compreendermos a necessidade de pensar no próximo ao invés de somente buscarmos a satisfação de nossos interesses é que estaremos aptos a herdarmos a Terra, em toda a sua radiosa beleza num futuro que a cada dia mais se aproxima.

Que valem as moedas de ouro no plano espiritual, ao qual estamos todos invariavelmente condenados a habitarmos no futuro? A única certeza que temos enquanto encarnados é que desencarnaremos. Isso todos sabem e, ainda que procurem burlar a Lei natural da morte, tem em seu inconsciente que não podem vencê-la.
Para aqueles que crêem que nada sobrevêm à morte física, somente nos resta aguardar para que se defrontem com a infinitude da vida, em todos os seus aspectos, quando abandonarem o corpo físico.

No entanto, para nós, espíritos esclarecidos que somos da realidade que nos aguarda, que façamos por onde merecermos o reencontro com nossos seres amados que foram antes de nós ao encontro do Pai. Que busquemos o auto-conhecimento, para, após, buscar o conhecimento das dificuldades alheias, numa constante troca de soluções para os nossos e os problemas deles, trilhando, assim, de mãos dadas, o caminho da Evolução.

Imaginemos que a Morte significa apenas uma grande viagem para um país desconhecido. Se, enquanto encarnados, nos preparamos meses antes de uma viagem dessa magnitude, por que seria diferente quando nos referimos à desencarnação?

Por acaso, seguiríamos em direção a outro País sem qualquer previsão, sem qualquer vestimenta, alimentação, auxílio de tradutores e etc? Pois então que nos preparemos com a mesma cautela para seguirmos em direção à Vida espiritual.

O Espiritismo nos traz tal preparação. Essa doutrina libertadora ensina-nos como amealhar bens eternos que nos servirão de bússola nesta viagem. Indica-nos, ainda, qual o caminho certo a ser tomado para chegarmos com segurança em nosso destino.

Em resumo a todos os ensinamentos de Jesus, que sigamos o maior deles: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos". Essa fórmula nos ensejará a conquista de uma Vida espiritual equilibrada e a tão almejada Paz de Consciência a qual todos nós desejamos ardentemente.

Marchemos, portanto, meus irmãos. Marchemos juntos, ombro a ombro, para as conquistas eternas de nossas almas, tendo ciência de que Jesus nos aguarda ao fim de nossa caminhada, feliz por constatar nossa mudança, nossa nova forma de levar a Vida, pensando naquele que geme de dor ao nosso lado, enquanto que milhares de outros passam por ele sem sequer dirigir-lhe o olhar, cegos que se encontram pelos sentimentos imediatistas da posse.

O Planeta Terra implora nossa comiseração para com ele. O Mundo está mudando, e a minha esperança é que nós todos O imitemos, mudando igualmente para melhor.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

"Você é crente?"

Mais um fato curioso ocorreu comigo ultimamente. Dois indivíduos, em dias diferentes, me pararam na rua para pedir esmolas e, depois de eu dar-lhes algumas moedas, me indagaram:

- Você é crente?

Ao primeiro deles, simplesmente respondi que não e saí, sorrindo. Ao outro, posteriormente, disse que não e que era espírita.

Esses fatos merecem reflexão.

Sinceramente, admiro-me com meus irmãos cristãos pela imagem que passam junto aos necessitados do Mundo. A caridade realizada pelos evangélicos é tanta que os indigentes, ao serem ajudados, relacionam a ajuda sempre a alguém da crença protestante.

Isso demonstra que para a caridade, não existem fronteiras, e que nós, espíritas, deveríamos igualmente dar o exemplo de excelentes caridosos, buscando demonstrar aos nossos irmãos sofredores que aqui estamos para auxíliá-los na dor, diminuindo-lhes as aflições.

Uma coisa que eu sempre busco ao lidar com pessoas que requerem meu auxílio nas ruas é dar-lhes o mínimo de atenção. Sendo sincero, olhando-os nos olhos, realizando prece íntima a favor deles, tratando-os como irmãos e não como seres inferiores e animalizados, como a maioria os tratam.

Quantos, em verdade, tratam os mendigos e pedintes de forma carinhosa, afável? Imaginemo-mos nós outros na situação deles. Gostaríamos que fôssemos tratados com tamanho menosprezo? Quantos enxergam neles homens enganadores, maus, sendo que, no mais das vezes, assim agem em resposta à ofensa praticada pela própria sociedade, que os excluem, os humilham e os relegam ao total abandono material e moral.

O desprezo é tanto que, certa vez, um colega afirmou que odeia quando esses indigentes pedem-lhe ajuda, pois na verdade, "eles não precisam pedir! Pedem pra comprar cachaça e/ou drogas! É por isso que eu não dou nada! Vou ficar alimentando o vício desses imundos?"

Fiquei pasmo diante desse sentimento de total aversão a outro ser, tão humano quanto ele próprio, que se encontra numa situação de total dependência, abandonado pelo Estado e por nós. Aliás, esse é outro argumento utilizado: "É função do Estado dar o mínimo existencial a esses seres, e não minha!". Quanto egoísmo nessas palavras! Para retratar a situação, peço aos leitores que imaginem a sociedade planetária como uma grande família. Caso o pai dessa família não alimentasse a um de seus filhos, seus irmãos deixariam-no abandonado à própria sorte? Ou é função também dos irmãos auxiliar outro irmão? O mesmo se dá para com os indigentes. Se o responsável por sua sustentação não o cumpre, abandonaremos os mesmos à morte lenta e dolorosa da fome?

De outras vezes, escuto pessoas afirmarem: "Mas esse cara fica pedindo todo dia!", olvidando-se tais pessoas que esse "cara" sente fome todos os dias, da mesma forma que nós outros sentimos o mesmo em diversos momentos do dia.

Existem aqueles, ainda, que se irritam quando os mendigos não aceitam a comida oferecida, muitas vezes porque aquela comida está vencida, com mau cheiro ou se constitui de restos. Esquecem esses irmãos que quando vamos a um restaurante ou fazemos compras, escolhemos aquilo que mais nos agrada para nos alimentarmos. Ainda que esteja recebendo de graça, optamos por ingerir ou não certo alimento. Porque, da mesma forma, nossos irmãos que habitam as ruas não podem também optar pela comida que mais lhe agrada? Somente pelo fato de estarmos dando, eles são obrigados a aceitar e comer?

Sobre as esmolas, o argumento de muitos é que o dinheiro dado será direcionado às drogas ou ao álcool, no entanto, existem muitos outros que utilizam do dinheiro efetivamente para se alimentar e, por causa do mau exemplo de alguns, prejudicaremos tantos outros?

Certamente que o problema da mendicância atinge patamares muito mais complexos do que essa superficial análise que aqui faço, no entanto, não podemos ser os juízes desses irmãos, condenando-os à exclusão social eterna e considerando-os como preguiçosos e viciados.

Não defendo aqui que devemos estimular a ociosidade alheia ou estimular vícios infelizes, porém, relegá-los ao total abandono não é postura cristã ensinada por nosso Mestre Amado. Quantas vezes Jesus exemplificou o amar ao próximo como a si mesmo? Com que classe de pessoas Jesus caminhou em sua jornada terrena? Caminhara com os nobres, imperadores, reis e favorecidos economicamente? Ou foi cercado justamente pelos indigentes, pelas prostitutas, miseráveis e enfermos?

Que possamos partilhar aquilo que possuímos, pois algumas moedas não nos farão falta, ou ainda menos um prato de comida quente e fresca, que, no entanto, para nossos irmãos, constitui valoroso tesouro. É a eterna questão de colocarmo-nos na condição alheia. Não podemos devassar o futuro, por isso, jamais poderemos afirmar que não estaremos em situação semelhante à desses irmãos. Sendo assim, que tratemos os mendigos da mesma forma que trataríamos a nós próprios num futuro incerto, pois não sabemos o que nos aguarda se continuarmos a desprezar tal parcela da sociedade.

Caridade: Palavra que define gama imensa de obrigações e deveres que o verdadeiro cristão jamais deve olvidar-se, realizando-a diariamente para com todos, sem exceção. Especificamente, nós, espíritas, devemos atentar mais profundamente a questão, pois sabemos que com as diversas reencarnações porvindouras, poderemos habitar outros corpos em condições análogas as que sofrem nossos irmãos de hoje, razão pela qual devemos tratá-los com total respeito que aguardamos ser tratados.

Quem sabe assim, um dia, ao auxiliar-mos nossos companheiros menos favorecidos, eles possam nos questionar:

- "És espírita?"

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Despertar

Fato curioso me fez refletir sobre essas breves linhas que seguem.

De uns tempos para cá (considerando uma faixa de tempo de mais ou menos 4 anos), alguns amigos confessam-me a íntima necessidade de modificação dos paradigmas que possuem. Da minha reduzida rede social tenho alguns amigos que despertaram para as Verdade Eternas, interessando-se pelos ensinamentos do Espiritismo, através da interpretação dos atos de Jesus.

Tal fato me faz refletir sobre a origem dessa sede de informação e vontade íntima para mudanças. Porque não só comigo, mas através de diversos outros companheiros de Fé, pude constatar que tal fato não ocorre somente na minha vivência social. Eles também constataram que as pessoas em seu derredor começam a questionar suas próprias condutas e, em contraposto, começam a admirar as atitudes cristãs, os ideais espíritas e a maturidade com que enfrentamos os problemas diários.

Essas ocorrências demonstram que os tempos estão chegados, ou seja, que o passo na Evolução de nosso Planeta está mais próximo. Conforme exposto em Post anterior, o ano de 2012 marcará grandes mudanças do Orbe a caminho da Regeneração. E, certamente, tal fato desperta nossos irmãos de caminhada terrena, lembrando-lhes da necessidade de reforma íntima e a realização do Bem, ainda que estes companheiros não adotem e professem a fé espírita.

Como sabemos, fomos todos "expulsos" de Capela, constelação distante em que abrange, dentre outros sistemas, o Planeta que habitávamos antes do grande expurgo. Todos que habitam o Planeta Terra não souberam aproveitar a chance de continuarem vivendo na Capela Regenerada e acabaram sendo direcionados para este belo planeta que hoje nos serve de Lar.

Recordei-me de situação igualmente curiosa. Uma amiga de minha mãe contou-lhe que seu filho, com cerca de 5 (cinco) anos de idade estava tomando banho sob os olhares atenciosos de sua mãe quando começou a dizer:

- Mamãe, eu vou ser muito bom!

- Que bom, meu filho! Mamãe ficará muito orgulhosa de você. - respondeu sua mãezinha.

- É, porque eu não quero ser expulso de novo. - respondeu o menino.

- Como assim? - questionou a genitora, assustada.

- Sim, mamãe. No lugar onde eu morava antes (nesse momento, denominou o local, porém a mãe não entendeu a palavra), eu fui mal na escola, na família e na igreja. Não quero ser expulso de novo. Não quero. - Terminou o garoto enquanto ensaboava a barriga.

Antes que a mãe pudesse buscar mais alguma informação no inconsciente daquela jovem mente, o garoto já havia esquecido do que tinha dito, mudando de assunto.

Como bem se sabe, os habitantes "nascidos" com a Terra, hoje constituem-se de silvícolas, aborígenes, ainda distantes da vida civilizada. O homem, no entanto, que vive em sociedade e possui vasto material intelectual provém de Eras ainda mais antigas que as da própria Terra, procedendo da aludida constelação, onde o avanço moral não conseguiu nos convencer da necessidade de desenvolvê-la dentro de nós, preferindo o abuso da força e do intelecto sobre a Paz de Consciência dos que herdaram Capela.

Dessa forma, como a transformação moral do Planeta Terra se aproxima, as pessoas que não desenvolveram hábitos e posturas cristãs, hoje se inquietam na posição materialista que em se encontram, como se o inconsciente procurasse despertá-los da ilusão, temendo, quem sabe, uma nova expulsão para um planeta saído da Primitividade, recém-chegado às provas e expiações, conforme ocorrera com todos nós.

Afinal, todos, sem exceção, sabem da necessidade de hábitos salutares, de boa convivência social, de educação e polidez no trato com o próximo. Porém, quantos o realmente adotam na vivência terrena? No máximo, assim o tratam seus próprios familiares, olvidando-se que a Terra em si constitui-se de imensa família.

Assistindo a uma aula na Faculdade, ouvi o professor confessando-se totalmente desiludido com a Sociedade, afirmando que existem inúmeros seres que são totalmente irrecuperáveis e que, analisando as necessidades da Sociedade Brasileira, percebeu que não necessitamos de mais escolas de qualidade, mas sim de mais cadeias!

Como dito anteriormente em outra oportunidade, os valores morais de nossa Sociedade chegarão ao fundo do poço, parecendo-nos que a Ética e a Moral cristã foi relegada ao abandono dos governantes, dos pais, dos educadores, enfim, da Sociedade.

No entanto, sabemos que esse período é temporário. Dia chegará em que tais Espíritos não receberão a permissão para reencarnarem, dando ensejo à reencarnação de Espíritos voltados para o avanço intelecto-moral do planeta, cultivando uma verdadeira Morada dos Céus, o que, inclusive já vem ocorrendo há alguns anos (vide texto intitulado "Nova Era" nesse mesmo blog).

Sim, acostumemo-nos com a idéia de que tudo irá mudar daqui para frente, a partir do ano tão discutido e previsto por grandes visionários que visitaram nosso orbe. Porém, somente adotando a postura Inesquecível de Jesus poderemos suportar os últimos ataques das trevas, numa tentativa frustrada de dominação da Terra, que não lhes pertence e nem a nós outros. Pertence, sim, à Deus, Senhor da Vida e que tem planos maravilhosos para o futuro, dando-nos o repouso de tanta dor e destruição provocada pela humanidade inconsequente e infeliz.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Conjunturas Modernas

A grande arena se estendia por largo terreno no centro econômico de Roma. Ali reunida, a massa frenética vibrava e ovacionava os musculosos gladiadores que se engalfinhavam, em busca da sobrevivência. Entre gritos e lamentos, homens tombavam ao solo, sob o penetrar de lâminas afiadas que lhes destruíam as últimas resistências. Feras famintas dilaceravam os corpos frágeis dos cristãos, para o deleite da multidão faminta por sangue e destruição.

A grande arena se estendia por largo terreno no centro econômico de Las Vegas. Ali reunida, a massa frenética vibrava e ovacionava os musculosos lutadores que se engalfinhavam, em busca da vitória dos caprichos humanos. Entre grunhidos e lamentos, homens tombavam ao solo, sob o ataque avassalador de seus oponentes, que lhes inferiam murros e pontapés, fustigando-lhes as últimas resistências.

Séculos se passaram, e poucas mudanças ocorreram em nosso querido planeta. Apesar da Vida não ser tão desvalorizada, ainda presenciamos cenas chocantes nas grandes e pequenas cidades. Jovens inconsequentes espancam idosos mendigos, mães ferem filhos ainda pequenos, homens assassinam outros homens em busca de pequenos valores pecuniários, mulheres aniquilam fetos, através da utilização de diversos métodos abortivos destruidores, a drogadição e o alcoolismo penetram as mansões e os castelos da moderna burguesia, trazendo dor e destruição nas famílias.

Do grande Cume da Vida, Jesus nos observa os atos, lamentando a desconsideração dos homens para com seus ensinamentos, e chora diante de tantas atrocidades. Num ato de Amor Supremo, roga ao Pai Amantíssimo que seja Misericordioso para conosco, ainda tão distantes que estamos do Amor Verdadeiro em relação ao próximo.

Apesar de sofrer com nossas dores, Jesus também observa os atos de seus discípulos modernos.

Homens levantam homens, retirando-os da indigência, da miséria material e moral. Mulheres ensinam ofícios à outras mulheres, desprovidas de intelecto educacional nesta existência. Jovens cantam para idosos portadores de doenças incuráveis, nos grandes hospitais. Grupos visitam asilos, realizam campanhas de arrecadação de alimentos e vestimentas, para repassarem àqueles que nada possuem para cobrir seu corpo ou saciar sua fome. Reuniões mediúnicas livram obsediados de seus obsessores, esclarecendo-os sobre a Lei Imutável. Grupos realizam transmissão de fluidos vitais para o próximo, aplicando-lhes passes energéticos que auxiliam na limpeza vibratória e no reequilíbrio físico-moral de seus receptores.

Desta vez, Jesus sorri. E também roga ao Pai Amantíssimo por nós, para que Ele, em seu Infinito Amor, nos envie a força necessária para continuarmos no serviço de auxílio ao próximo, desapegados da matéria e de suas exigências passageiras, ainda instintivas e animalizadas. Suplica, ainda, à Deus, que continue a enviar os Mensageiros da Sua palavra, que percorrem o Planeta, exemplificando o Evangelho de Cristo, recolhendo seu rebanho para a salvação eterna, através da Caridade e do trabalho no Bem, dignificando-nos para que tenhamos o glorioso mérito de herdarmos a Terra.

Amigos-Irmãos, lembremos que, em contrapartida às atrocidades cometidas por nossos irmãos infelizes de marcha, existe uma Força Incomparável que atua em silêncio, longe dos holofotes televisivos e sensacionalistas, dos veículos de informação velozes, que apenas desejam demonstrar à sociedade o quanto somos asselvajados nos sentimentos e condutas.

Acima de todas as infelicidades provocadas pelos homens de má conduta, existe Jesus, em toda a sua Majestosa luminosidade, governando a Terra e projetando nossos destinos, num futuro que se aproxima a cada dia, a cada passo, em Sua direção. Nos aguarda o Mestre de braços abertos, com um olhar amoroso e paciente, com um sorriso que transmite Paz, tranquilidade e afeição por cada um de nós, sem exceção.

Cumpre-nos galgar os degraus na direção do Mestre Amado, seguindo-Lhe as pegadas deixadas propostitalmente para que O alcancemo-nos, em sua Divina Angelitude, num futuro que não tarda. Que caminhemos, portanto, juntos, de mãos dadas, suportando os espinhos da caminhada, o ataque das sombras ainda anestesiadas pelo êxtase material das facilidades terrenas, da maldade e da impiedade perante o próximo que sofre.

O caminho tortuoso é amenizado pelo jugo do Mestre, que é leve. A Fraternidade deve ser o sentimento propulsor para a nossa chegada, junto ao Porto Seguro da Salvação, ao lado d'Aquele que sacrificou o corpo físico por nós, demonstrando-nos, porém, que a morte não aniquila o Espírito Imortal e que todos nós podemos alcançá-Lo um dia, para gozarmos as felicidades eternas do Reino de nosso Pai, trabalhando e servindo àqueles que hoje nos martirizam os sentimentos.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Influência



Certa feita, ao navegar por um famoso site de vídeos diversos, resolvi clicar num deles, onde estava gravado certo clipe musical de uma das personalidades POP mundialmente conhecidas.

A cantora portava trajes usualmente utilizados em relações sexuais masoquistas, onde imperam a busca do prazer associado à dor, dominação e humilhação do parceiro. Exibindo um corpo quase nu, tal cantora realizou a gravação do clipe numa penitenciária feminina, aonde estavam tantas outras figuras travestidas com trajes minúsculos, postura agressiva e sensual, portando chicotes, algemas e roupas de couro.

A protagonista do aludido clipe insinuava-se para a câmera, como se desejasse os seus expectadores, além de adotar postura intensamente sensual, trocando beijos e carícias com outras mulheres e também com homens. Fora isso, estava sempre à boca um cigarro, emitindo baforadas fumarentas. Uma delas, inclusive, portava um óculos feito de cigarros acesos. Isso mesmo, dezenas de cigarros acesos formavam um óculos no rosto da cantora.

Com tamanha promiscuidade e mensagem tão depressiva, resolvi verificar se outras cantoras do mesmo estilo adotavam a postura daquela primeira. Minha surpresa não foi outra senão a constatação de que todas elas se utilizavam de tais estratégias para reinarem nos cumes altíssimos da fama desmedida.

Todas elas trajavam roupas minúsculas ou então nenhuma peça, tampando seus órgãos com as mãos e dançando sensualmente, olhares fixos na câmera. Uma delas, famosa cantora norte americana, ao final do videoclipe fingia um verdadeiro orgasmo, gemendo reiteradamente enquanto esroscava-se com um parceiro numa cama vermelha.

Além das imagens, é necessário refletir sobre a letra das músicas feitas por tais celebridades, aonde sempre enfatizam o prazer sexual, conquistando um parceiro e se entregando para ele da forma mais intensa possível. Posso afirmar tranquilamente que em todas as músicas que procurei identificar o conteúdo, falavam da necessidade de “curtir a vida” em festas, regadas de bebidas e drogas, além da necessidade imperial de deixar a força animal dominar a razão.

Exporei apenas um trecho de uma dessas músicas, aonde a cantora afirma que “não me sinto eu mesma essa noite. Estou beijando homens e garotas, alguém chame um médico porque eu perdi a cabeça”.

Apesar de ainda me considerar jovem (22 anos), fiquei pasmo com a mensagem que estas cantoras passam para seus fãs, os quais compõem-se de milhões de pessoas por todo o Mundo. Fechei o aplicativo da internet e fiquei a reflexionar sobre a responsabilidade dessas mulheres perante a Consciência Divina, tendo em vista que seus atos estimulam milhões de outras jovens a procederem da mesma forma, utilizando-se do corpo para seduzir, atiçar a promiscuidade e atrair seus diversos parceiros.

Concluí que não é difícil de compreender o crescente número de meninas saídas da infância ou ainda nela, que engravidam ou possuem vida sexual ativa. A maioria delas, em verdade, não sentem atração sexual pelos parceiros, mas sim desejam igualarem-se às musas artísticas dos palcos e dos pôsteres de seus quartos, sem se aperceberem que muitas vezes esses mesmos pôsteres, contendo imagens extremamente sensuais jazem pendurados ao lado de bonecas.

Como culpar, portanto, essas crianças/adolescentes que resolvem adotar uma postura sexual supostamente amadurecida, extremamante promíscua, desejando cada vez mais freqüentar festas, fazer vídeos onde dançam de forma sensual, imitando àqueloutros vídeos citados no início desse artigo?

Certamente, optaram por este caminho, no entanto, sabemos que a motivação que as incita a assim procederem partem desses artistas ainda descomprometidos com o real valor da fama, do sucesso, do talento.

Olvidam elas da importante função do artista na conjuntura atual de nosso planeta. Quantos são aqueles que realmente se utilizam do dinheiro e da influência de suas figuras para auxiliar o próximo? Podemos citar alguns exemplos mais conhecidos, tal qual o casal mais famoso do planeta: Angelina Jolie e Brad Pitt, os quais possuem até o momento três filhos adotados de regiões misérrimas como África e Indonésia.

Tantos outros não tão conhecidos, justamente por não adotarem posturas desequilibradas, que não atraem os olhos dos paparazzi, realizam obras belíssimas, que não são, no entanto, foco das matérias jornalísticas mais influentes, pois estas preferem colocar em primeiro plano os fatos escandalosos, violentos ou depressivos.

Reflitamos, portanto, naqueles a quem adotamos como ídolos. Será que realmente mereciam tal condição, obtendo tanto afeto e consideração por nós? O fato de terem sucesso, dinheiro, poder e influência já basta para que os adoremos? Os valores morais, o bem que fazem ou a consideração que possuem pelos mais necessitados não devem ser medidas para, pelo menos, considerarmos antes de adotarmos atitudes de vanglorização para com tais personagens da mídia?

Afinal, como já tenho dito em outros Posts, cada um possui uma função importantíssima na Terra. Tal função pode ser dentro do próprio Lar, dentro de onde estudamos e trabalhamos, em relação a nossos pais, irmãos e aqueles que nos rodeiam. Outros, porém, receberam a função de servirem de influência para milhares de outros. Oremos, portanto, para que estes consigam influenciar da melhor maneira possível, incitando atitudes valorosas de amor, perdão e de Bem Social, para que, ao desencarnarem, não se vejam totalmente perdidos, constatando que perderam oportunidade gloriosa na reencarnação que mourejavam.