sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Conjunturas Modernas

A grande arena se estendia por largo terreno no centro econômico de Roma. Ali reunida, a massa frenética vibrava e ovacionava os musculosos gladiadores que se engalfinhavam, em busca da sobrevivência. Entre gritos e lamentos, homens tombavam ao solo, sob o penetrar de lâminas afiadas que lhes destruíam as últimas resistências. Feras famintas dilaceravam os corpos frágeis dos cristãos, para o deleite da multidão faminta por sangue e destruição.

A grande arena se estendia por largo terreno no centro econômico de Las Vegas. Ali reunida, a massa frenética vibrava e ovacionava os musculosos lutadores que se engalfinhavam, em busca da vitória dos caprichos humanos. Entre grunhidos e lamentos, homens tombavam ao solo, sob o ataque avassalador de seus oponentes, que lhes inferiam murros e pontapés, fustigando-lhes as últimas resistências.

Séculos se passaram, e poucas mudanças ocorreram em nosso querido planeta. Apesar da Vida não ser tão desvalorizada, ainda presenciamos cenas chocantes nas grandes e pequenas cidades. Jovens inconsequentes espancam idosos mendigos, mães ferem filhos ainda pequenos, homens assassinam outros homens em busca de pequenos valores pecuniários, mulheres aniquilam fetos, através da utilização de diversos métodos abortivos destruidores, a drogadição e o alcoolismo penetram as mansões e os castelos da moderna burguesia, trazendo dor e destruição nas famílias.

Do grande Cume da Vida, Jesus nos observa os atos, lamentando a desconsideração dos homens para com seus ensinamentos, e chora diante de tantas atrocidades. Num ato de Amor Supremo, roga ao Pai Amantíssimo que seja Misericordioso para conosco, ainda tão distantes que estamos do Amor Verdadeiro em relação ao próximo.

Apesar de sofrer com nossas dores, Jesus também observa os atos de seus discípulos modernos.

Homens levantam homens, retirando-os da indigência, da miséria material e moral. Mulheres ensinam ofícios à outras mulheres, desprovidas de intelecto educacional nesta existência. Jovens cantam para idosos portadores de doenças incuráveis, nos grandes hospitais. Grupos visitam asilos, realizam campanhas de arrecadação de alimentos e vestimentas, para repassarem àqueles que nada possuem para cobrir seu corpo ou saciar sua fome. Reuniões mediúnicas livram obsediados de seus obsessores, esclarecendo-os sobre a Lei Imutável. Grupos realizam transmissão de fluidos vitais para o próximo, aplicando-lhes passes energéticos que auxiliam na limpeza vibratória e no reequilíbrio físico-moral de seus receptores.

Desta vez, Jesus sorri. E também roga ao Pai Amantíssimo por nós, para que Ele, em seu Infinito Amor, nos envie a força necessária para continuarmos no serviço de auxílio ao próximo, desapegados da matéria e de suas exigências passageiras, ainda instintivas e animalizadas. Suplica, ainda, à Deus, que continue a enviar os Mensageiros da Sua palavra, que percorrem o Planeta, exemplificando o Evangelho de Cristo, recolhendo seu rebanho para a salvação eterna, através da Caridade e do trabalho no Bem, dignificando-nos para que tenhamos o glorioso mérito de herdarmos a Terra.

Amigos-Irmãos, lembremos que, em contrapartida às atrocidades cometidas por nossos irmãos infelizes de marcha, existe uma Força Incomparável que atua em silêncio, longe dos holofotes televisivos e sensacionalistas, dos veículos de informação velozes, que apenas desejam demonstrar à sociedade o quanto somos asselvajados nos sentimentos e condutas.

Acima de todas as infelicidades provocadas pelos homens de má conduta, existe Jesus, em toda a sua Majestosa luminosidade, governando a Terra e projetando nossos destinos, num futuro que se aproxima a cada dia, a cada passo, em Sua direção. Nos aguarda o Mestre de braços abertos, com um olhar amoroso e paciente, com um sorriso que transmite Paz, tranquilidade e afeição por cada um de nós, sem exceção.

Cumpre-nos galgar os degraus na direção do Mestre Amado, seguindo-Lhe as pegadas deixadas propostitalmente para que O alcancemo-nos, em sua Divina Angelitude, num futuro que não tarda. Que caminhemos, portanto, juntos, de mãos dadas, suportando os espinhos da caminhada, o ataque das sombras ainda anestesiadas pelo êxtase material das facilidades terrenas, da maldade e da impiedade perante o próximo que sofre.

O caminho tortuoso é amenizado pelo jugo do Mestre, que é leve. A Fraternidade deve ser o sentimento propulsor para a nossa chegada, junto ao Porto Seguro da Salvação, ao lado d'Aquele que sacrificou o corpo físico por nós, demonstrando-nos, porém, que a morte não aniquila o Espírito Imortal e que todos nós podemos alcançá-Lo um dia, para gozarmos as felicidades eternas do Reino de nosso Pai, trabalhando e servindo àqueles que hoje nos martirizam os sentimentos.

Um comentário:

  1. Os cristãos modernos ainda são chamados ao sacrifício por amor ao Mestre.
    Certamente não existe no mundo atual um personagem como Nero para guiar os desmandos e crimes.
    Ademais, os testemunhos não são mais através das feras africanas famintas, do banho de óleo fervente, da fogueira, da crucificação, entre outros martírios redentores enfrentados pelos cristãos primitivos por amor a Jesus.

    Mas as paredes da antiga arena romana se ampliaram por todo o mundo e os sacrifícios continuam, agora internamente, na luta irrefreada para vencer as nossas paixões, as manifestações instintivas que teimam em predominar em nossa conduta, o enfrentar as incompreensões em silêncio, o ser ridicularizado pela permanência nos ideais saudáveis, à renúncia dos chamamentos desequilibrados do mundo...

    Ou seja, os testemunhos continuam incessantes, apenas tomaram contornos novos.

    E fiquemos felizes quando eles nos atingirem, pois se Jesus já nos considera prontos para sofrer algo pelo seu nome, isso deve ser motivo de grande felicidade para nós, que fazemos tão pouco por Ele.
    E estejamos atentos a última das suas bem-aventuranças: "Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós." (Mateus, 5)

    Realmente, para os espíritos ainda inseguros na fé, o mundo assusta, dando a impressão de uma piora.
    Mas é como o Bezerra de Menezes fala: "O bem anda com sapatos de algodão", o que dá a impressão de que ele não opera, ao contrário do mal que é bastante ruidoso nas suas ações.
    Mas nunca na história da humanidade existiu tanta preocupação pelo próximo: a solidariedade, a fraternidade, a compaixão, a caridade, as novas preocupações pelo equilíbrio ecológico, ambiental, demonstram os novos valores que pouco a pouco desabrocham nas criaturas humanas.

    As diversas nações se unem em ajudas humanitárias quando outras sofrem abalos sísmicos, epidemias ou guerras...
    Ou seja, o bem lentamente se implanta nos corações sim.

    Enquanto o mal, percebendo isso, se esforça inutilmente nas últimas tentativas para deter o progresso, que é irrefreável, e que os levará inevitavelmente com a sua força poderosa.

    Acompanhemos os novos ventos que varrem as últimas nuvens escuras das paisagens do mundo, para que o sol de Jesus brilhe trazendo claridades eternas!

    Abraços.

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