quinta-feira, 23 de junho de 2011

Pátria do Evangelho

Sou brasileiro.

Sim, sou brasileiro com um orgulho grandioso de ver essa terra tão vasta e bela, mãe de tantas culturas e de tanta diversidade, adornada com suntuosos vales, belíssimas cachoeiras e tantas outras belezas naturais.
Pátria do Evangelho! É como carinhosamente a chamam alguns, inspirados pelo divino Amor, o qual escolheu esta terra bendita para preparar o terreno da purificação que antecede a Regeneração.

À primeira vista, nos parece que a realidade espiritual de nosso País não coaduna com o supracitado título de elevação moral, vez que essa mesma nação está fatalmente ferida em algumas regiões pela maldade e crime crescentes, pela ausência da Lei humana e de sua devida aplicação, pela dominação do tráfico de entorpecentes e a constante violência social, dentre outras atrocidades cometidas pela iniquidade humana.

No entanto, apesar disto tudo, não devemos olvidar o importante papel dos brasileiros enquanto seres humanos, já que o Espiritismo teve continuidade em nossas paragens, transportando-se da França e criando aqui vasto campo de atuação das Esferas Superiores.

Considero a nação brasileira como a que possui mais fé quando comparada às demais nações de nosso Orbe. A importância que damos às instituições religiosas não se vê igual em nenhuma outra parte do planeta. Logicamente, excetuamos aqui o radicalismo presente em alguns países orientais, mas que, a meu ver, não se configura como adoção de uma fé inquebrantável, mas sim como uma sobreposição de opiniões que não aceitam pensamentos diversos.

No Brasil, como sabemos, a realidade é outra. Aqui reina a diversidade religiosa e, consequentemente, o respeito à liberdade religiosa, vez que podemos optar por qualquer religião e conduta moral sem que o Estado ou algum particular possa interferir nessa decisão. Essas características trazem um envolvimento espiritual maior nos planos superiores de nossa Nação.

E, apesar das grandes dificuldades e misérias sociais que constatamos diariamente, seja numa criança que implora por moedas num semáforo, seja nos indivíduos que buscam material reciclado nos lixões e aterros sanitários, seja na quantidade imensa de mendigos e menores abandonados, dentre tantas outras  desigualdades gritantes, impossíveis de serem elencadas aqui, podemos divisar uma luz no fim deste túnel.

As atitudes de alguns líderes políticos e a crescente preocupação social com o próximo faz com que renovemos nossas concepções de vida em sociedade, colaborando para a implementação de novo sistema socio-econômico, preocupado não somente com as grandes empresas, dominadoras do mercado, mas também dando suporte à pequenas empresas e aos trabalhadores agrários.

Confiemos no Mestre Jesus, pois Ele nos reserva um futuro promissor, iluminado pelo raiar de um novo dia na Terra, marcado por grandes alterações físicas, mas principalmente, por grandes modificações morais no íntimo de cada indivíduo.

sábado, 18 de junho de 2011

Apesar de...

Bruno, palestrante espírita, ou seja, homem dedicado em divulgar o Espiritismo através de congressos, palestras e seminários, abordando diversos temas e enfatizando os ideais cristãos para solução dos problemas tratados em suas explanações, tornou-se célebre no meio espírita como excelente expositor das máximas espíritas-cristãs.

Como de costume, Bruno foi convidado a realizar uma dessas palestras numa cidade próxima de onde reside, localizada no interior da Bahia. De bom grado, aceitou, preparando-se previamente para o evento. Ao dirigir-se à referida cidade, hospedou-se em casa de um grande amigo, Jairo, o qual também era conhecido por tratar dos mais diversos temas concernentes ao Espiritismo.

Assim, às 20:00hs de uma terça chuvosa, Bruno postava-se defronte ao portão da residência do antigo amigo, apertando a campainha levemente para não incomodar a ninguém. Após alguns instantes, abre-lhe a porta Jairo, o qual reconheceu imediatamente o amigo e o abraçou, sinceramente feliz pela visita.

Após adentrar e informar como havia se passado a viagem, Bruno banhou-se e sentou-se ao sofá para conversar com seu amigo sobre as ocorrências da Vida, tão singelas e únicas para cada um deles. Foi então que nesse momento, Bruno percebeu que Jairo encontrava-se pensativo, com o olhar fixo ao teto, enquanto relaxava o corpo numa poltrona.

- Pensando em quê, amigo? - questionou Bruno.
- Oh! Desculpe-me, caro amigo, pela indelicadeza de deixar-te falando sozinho enquanto divago o pensamento em coisas banais... - desculpou-se, em resposta, Jairo.
- Jamais! Não se prive de compartilhar com seu amigo o que lhe preocupa! Vamos, diga! O que lhe aflige?
- Na verdade, irmão, nada me aflige. Estou apenas a refletir sobre uma ocorrência que me surpreende por esses dias.
- O que houve? - perguntou Bruno, movendo-se ligeiramente para frente, de forma a ficar mais próximo ao amigo.
- Veja só. Todos os dias, ao me dirigir à padaria situada a algumas quadras daqui, acabo passando por uma banca de jornais, onde sempre compro a edição diária do jornal da cidade. O jornaleiro, o sr. Edilson, sempre foi afável e atencioso comigo, tratando-me como um cliente antigo. - até esse ponto, Jairo sorria - Ocorre que, de tempos para cá, o Sr. Edilson começou a me tratar com uma rispidez tremenda, chegando a jogar o jornal em minhas mãos, com total desconsideração. - terminou Jairo com a face já sem o sorriso costumeiro, mas sem afetação, apenas mantendo um semblante sério e preocupado.
- Ora! Que desleixo! Como pode um comerciante tratar dessa forma um cliente já antigo? - protestou Bruno, indignado com a situação vexatória a que estava passando o amigo. - Pois amanhã lhe acompanharei para constatar esse fato!
- Sim, iremos. Já estava com a intenção de convidar-lhe. Preciso de outra opinião sobre essa problemática. - finalizou Jairo - Mas não vamos nos ater a esse tema. Deixemos para amanhã! Mudemos de assunto. (...)

E assim se passaram algumas horas, onde ambos trocaram experiências e opiniões sobre outros assuntos.

No dia posterior, no horário aprazado, seguiram Jairo e Bruno para a padaria, passando primeiro na banca de Jornais do Sr. Edilson. Sob a orientação da noite anterior, Bruno resolveu manter-se um pouco afastado para assistir à cena com todos os seus detalhes. Jairo, como de costume, se dirigiu normalmente ao jornaleiro.
- 'Dia, Sr. Edilson! - disse Jairo, direcionando a mão direita para cumprimentar o comerciante.
A resposta, porém, veio seca e de malgrado por parte do Sr. Edilson, que nem ao menos levantara a cabeça para receber o antigo cliente, limitando-se a continuar analisando as páginas de uma revista à sua frente.
- A edição do dia, por favor. - requereu Jairo, serenamente, fingindo não haver notado a indelicadeza do ouvinte e depositando o valor do jornal na bancada aonde o jornaleiro estava sentado.
Bufando como um touro e com o aspecto mal-humorado, Sr. Edilson levantou-se de má vontade, agarrou uma edição do jornal local recebida aquela manhã e jogou-a às mãos de Jairo, fazendo-o praticamente abaixar até o chão para alcançar o objeto lançado.

Bruno quase não podia acreditar na cena, de tão infeliz que era. Indignado, balançava a cabeça, olhando aquele indivíduo tão amargurado.
Seguiram ambos o caminho programado sem comentar por alguns minutos o ocorrido. A certa altura, no entanto, Bruno não se conteve e exclamou:

- O amigo realmente disse a inteira verdade quando tratou da ocorrência. O jornaleiro efetivamente age com total indelicadeza para com você, amigo!
- Você constatou o mesmo, não foi, Bruno? Pois então. Esse é o meu dilema atual. A causa dessa amargura!
- Mas, amigo, porque continuas a comprar as edições diárias junto a este comerciante, se o mesmo lhe trata com tanto desprezo? Tu ainda continuas a lhe dar dinheiro?
- Ora, Bruno, veja bem. Não irei alterar a minha rotina por conta de uma atitude infeliz de outrem. É mais vantajoso para mim comprar nessa banca pois é a mais próxima de minha casa e corta o caminho para a padaria. Não irei buscar outros meios para adquirir a edição diárias apenas porque um indivíduo encontra-se em conflito interior. O desequilíbrio alheio jamais deve interferir em nosso estado de coisas.

A sabedoria daquelas palavras não ensejaram a Bruno mais questionamentos e o assunto não rendeu quaisquer comentários posteriores. A conduta do amigo serviu de lição eterna para Bruno, o qual compreendeu a importância de mantermos nosso estado íntimo equilibrado, ainda que o Mundo exterior apresente-se totalmente desequilibrado e infeliz.

*---------------------------------------------------------------------------------*

A história retratada nas linhas anteriores é verídica e é contada por um expositor espírita muito respeitado: Flávio Santos. A sua experiência nos serve de lição elevada acerca da manutenção do estado íntimo elevado, consciente e equilibrado.

Ainda que os seres que nos rodeiam apresentem problemas e disfunções comportamentais que nos ofendam, devemos buscar o esquecimento dessas atitudes e a busca da renovação íntima. Jamais devemos alterar nossas condutas ou escolhas elevadas por conta do desequilíbrio alheio. Se assim o fosse, Jesus não se manteria firme nos seus ideais, quando toda uma sociedade objetivava fazê-lo pensar diferente.

Mantenhamos, dessa forma, o pensamento em Cristo, sabendo que as nossas condutas e escolhas no Bem irão sempre trazer desconfiança e estimular a maledicência alheia, os quais nunca estarão satisfeitos enquanto não nos transmitirem os seus desequilíbrios. O importante, porém, é mantermos essa sintonia elevada, apesar de tudo e de todos, pois daremos conta ao Pai Eterno das escolhas que tomamos na Terra e especialmente do que fizemos para o próximo.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Buscar Deus.

Como podem alguns seres acreditarem que são auto-suficientes e não necessitam dos outros, ou pior, não necessitam de Deus para obterem a paz íntima e a consciência tranquila?

Quantos milênios se passaram? o quanto já evoluiu a ciência humana? E ainda assim não se sabe dizer ao certo como tudo que existe foi criado, como os planetas orbitam no Universo em perfeita sincronia, como os animais crescem e desenvolvem-se sem necessidade de qualquer intervenção racional dos homens e tantos outros fenômenos caracterísiticos da Perfeição Divina e que nós, humanos, não sabemos especificar e explicar minuciosamente.

O Universo está em constante expansão. Planetas, estrelas, constelações compõe esse cenário infinito e diverso. A insensatez humana ainda consegue sustentar a convicção de que habitamos, solitários, essa Imensidão? O Planeta Azul, em sua pequenez quando comparado a outros planetas não tão distantes, seria o único local habitado por seres 'inteligentes'?

Ora, sustentar tal tese se configura total irracionalidade! Somos apenas alguns de uma gama infinita de seres, habitantes de diversos outros orbes espalhados pelo Universo.

E ainda assim, desejam alguns acreditar que podem sobreviver e se relacionar sem a presença e cooperação de um Ser Maior. Ironizam, maldizem aqueloutros dedicados a uma Vida inspirada na Vontade Divina, através da religião.

Pobres homens. Ainda não despertaram para uma Verdade que faz parte de nossa Vida desde a criação, inspirada por uma Força Maior ainda inexplicável em diversos aspectos, mas que nos será revelada a medida que evoluímos e buscamos honrá-Lo a cada dia. E uma das expressões de reconhecimento dessa força incomum é a religião.

A religião nos serve de indicação para agradecermos e buscarmos um contato mais direto com essa Força Incomparável denominada Deus. O Criador ainda não pode ser compreendido por nós em Sua totalidade, no entanto, o pouco que sentimos já nos preenche a alma com a certeza de Amor infinito e sincero.

Aqueles que se acreditam completos sem a presença de Deus, em verdade, experimentarão vazio insuportável na Vida após a Vida. O preenchimento trazido pelas facilidades temporárias somente dão a ilusão de uma satisfação íntima, que é temporária.

Conforme leciona Joanna de Ângelis, é como se alguém tentasse saciar a sede bebendo água do Mar.

Oh! Homens incrédulos, despertai! O momento é chegado e todos nós necessitamos demonstrar ao Pai Eterno uma nova concepção de vida. Não mais a entrega total ao jogo perigoso das paixões humanas. Não mais a manifestação infeliz do ódio crescente contra um irmão de caminhada. Não mais a dominação por meio da força e da ganância sem fim.

A maturidade moral não é mais demonstrada com a dominação racial, territorial e religiosa. O homem moralmente maduro é aquele que busca sempre a Paz Social, a harmonização dos setores da sociedade e a prática do Bem a todos, sem fazer nenhuma exceção.

Ainda que seja difícil a busca por filosofias transcedentais, busquem-nas! Ainda que o egoísmo e o orgulho comandem-te a razão, evita a fuga desmedida para o sarcasmo e a ironia!

Todos já se encontram cansados da dor causada pela iniquidade humana. É tempo de renovação! Guerras, disputas territoriais, busca incessante de riquezas naturais devem permanecer num passado distante de nossa História.

Que as gerações futuras possam levantar as bandeiras de Solidariedade, Igualdade e Fraternidade reais, confeccionadas por nós.

Busquemos agora o Mestre Amado, para que qualquer vicissitude encontrada no caminho da vida seja encarada de maneira a nos fortalecer o ânimo e colaborar para nossa Evolução, nos levando, enfim, para o amadurecimento maior de nosso Ser Imortal.