quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Na Obra Regenerativa

"Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, orientai-o com espírito de mansidão, velando por vós mesmos para que não sejais igualmente tentados." - Paulo. (Gálatas, 6:1.)

Esse trecho compõe o capítulo 37 do livro "Fonte Viva", ditado pelo espírito Emmanuel ao médium Chico Xavier.

Emmanuel interpreta essa passagem evangélica afirmando que: 

"Se tentamos orientar os irmãos perdidos no erro, através de comentários de cólera, acabamos por despertar a ira contra nós mesmos.

Se lhes oferecemos golpes, eles revidarão com outros tantos.

Se lhes destacamos as falhas, eles se recordarão de nossos gestos menos felizes.

Se aconselharmos no sentido de que eles devem sofrer o mesmo mal que impuseram a outrem, apenas aumentamos a percentagem do mal em nosso redor.

Se aplaudimos a conduta errônea, aprovamos o crime.

Se ficarmos indiferentes, sustentamos a perturbação.

Mas se nós tratarmos o erro do semelhante como quem tem a intenção de afastar a enfermidade de um amigo doente, estamos concretizando a obra regenerativa.

Nas horas difíceis, onde vemos um companheiro nosso cair no despenhadeiro das sombras interiores, não esqueçamos de que, para auxiliá-lo é tão desaconselhável a condenação quanto o elogio.

Se não é justo atirarmos petróleo às chamas com o propósito de apagar a fogueira, ninguém cura chagas com a projeção de perfumes.

Sejamos humanos, antes de tudo.

Aproximemo-nos do companheiro infeliz, com os valores da compreensão e da fraternidade.

Ninguém perderá, exercendo o respeito que devemos a todas as criaturas e a todas as coisas.

Nos coloquemos na situação do acusado e reflitamos se, nas condições dele, teríamos resistido às sugestões do mal. Relacionemos as nossas vantagens e os prejuízos do próximo, com imparcialidade e boa intenção.

Toda vez que assim procedermos, o quadro se modificará nos mínimos aspectos.

De outro modo será sempre fácil condenar, para cair, com certeza, nos mesmos delitos, quando formos, por nossa vez, visitados pela tentação."


- Emmanuel.

Assim, que nós todos possamos jamais julgar o próximo quando o mesmo se nos apresente seus erros cometidos.

Nós não temos ideia se cairíamos nos mesmos erros caso fôssemos visitados pela mesma situação do acusado.

Por isso, importante se faz colocar-se no lugar do próximo, sem julgá-lo fraco ou inferior a nós. Certamente, agiríamos da mesma forma ou, quiçá, de forma pior diante da mesma situação.

No caso de sermos confidentes desses irmãos, que jamais comentemos os seus atos junto a outras pessoas e procuremos sempre aconselhar conforme os ensinamentos do mestre Jesus.

Como diz a sabedoria popular, nunca devemos ficar "em cima do muro", pois para essas pessoas, é necessário que tomemos uma decisão em relação ao erro cometido e necessitamos transmitir a lição de forma amorosa e sem ironia.

Muitas vezes, não agradaremos essas pessoas, que muitas vezes nos buscam para ouvir aquilo que desejam ouvir e não o que necessitam ouvir.

A conduta ideal quase sempre não será bem recebida pelos que erraram, tendo em vista que será sempre necessária a tentativa de reverter o erro cometido, pedir perdão àqueles a quem ofendemos e etc.

Ainda assim, não devemos nos preocupar se estamos agradando aqueles que nos pedem conselhos, mas sempre devemos nos preocupar em transmitir a postura correta diante de qualquer dificuldade, ainda que a pessoa nos busque para ouvir o apoio pela postura errônea, o que jamais devemos fazer.

Tal conduta é muito importante, para que, no futuro, a mesma pessoa, caso erre novamente, não possa dizer: "mas fulano me disse que não tinha problema...", ou qualquer outra afirmativa que nos comprometa a reputação cristã.

Em contrapartida, não devemos ir até o outro extremo, que é o da condenação desmedida, afirmando aos quatro ventos que a pessoa errou e que será condenada por esse erro de forma implacável. Lembremos sempre que a Lei Divina é misericordiosa e preenchida de intenso amor, a qual nos oferece oportunidades mil para corrigirmos nossos erros cometidos.

Por fim, lembremo-nos sempre de que Jesus disse sempre o que necessitamos ouvir, sem se preocupar se agradava aos doutores da lei ou ao império romano. Ensinou, exemplificou e amou a todos, sem jamais aplaudir o erro ou relevar a maldade, demonstrando sempre as melhores formas de reequilibrar-se junto à justiça Divina.

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